É da minha natureza
Sonhar, realizar
Mesmo sonhos que ferem
E realidades que insultam.

É da minha natureza
Enganar, ludibriar
Sabendo a hora da dissimulação
Sem receio ou moderação.

Mas a que ponto chega a mesquinhez?
Se é que é possível maior insensatez.
Valores são disseminados em favor da ordem
Porém, a entropia da maldade se impõe com renome.

A natureza humana é falha, equivoca-se
Mas os julgamentos são mais ardilosos, precipitam-se.
Assim, ninguém se compreende ou estende
Uma mão que traduziria um ato de paz.

Um simples gesto de humildade
Que fere o orgulho e a prepotência mundana.
É mais cômodo vangloriar a natureza externa
Complexo é melhorar o interior abalado.

É da nossa natureza
Criticar, condenar.
Mas não é um ato considerado nobre
Aceitar, tolerar.

Por isso, se a paz é uma questão universal
O individualismo precisa ser trabalhado.
Não haverá paz de espírito nesse mundo
Se a nossa psicologia interior continuar perturbada.